A Reserva Estratégica de Bitcoin dos EUA e a Revolução Institucional: Impulsos Geopolíticos e Institucionais para o Valor de Longo Prazo do Bitcoin

O estabelecimento da U.S. Strategic Bitcoin Reserve (SBR) marca uma mudança fundamental na forma como nações e instituições percebem o Bitcoin. Ao designar 200.000 bitcoins—avaliados entre US$ 18 e US$ 22 bilhões—como reserva de valor de longo prazo, o governo Trump não apenas legitimou o papel do Bitcoin nas finanças globais, mas também posicionou os EUA como líder em inovação de ativos digitais [1]. Essa iniciativa, juntamente com a criação de um Digital Asset Stockpile para criptomoedas que não sejam Bitcoin, reflete um reconhecimento estratégico da oferta fixa do Bitcoin e de seu potencial como proteção contra desvalorização cambial e incertezas geopolíticas [5].

A adoção institucional acelerou em sintonia com esses desenvolvimentos. Até o segundo trimestre de 2025, 59% dos portfólios institucionais incluíam Bitcoin ou ativos do mundo real (RWAs), com empresas como Empery Digital e MicroStrategy acumulando participações significativas [1]. A aquisição de 3.081 BTC pela MicroStrategy no terceiro trimestre de 2025, elevando seu total para 632.457 BTC, destaca o crescente apelo do Bitcoin como ativo de tesouraria corporativa [5]. Essa tendência é ainda mais amplificada pela entrada de US$ 118 bilhões em ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, com o IBIT da BlackRock dominando 89% da fatia de mercado [2]. Essa demanda institucional retirou 18% do suprimento circulante de Bitcoin do mercado ativo, reforçando seu prêmio de escassez e proposta de valor de longo prazo [2].

A clareza regulatória tem sido um fator crítico. A aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista, a aprovação do GENIUS Act e a introdução do BITCOIN Act de 2025—propondo a aquisição de um milhão de Bitcoin para armazenamento seguro em cold storage—normalizaram os investimentos em ativos digitais [1][4]. Essas medidas, juntamente com a abertura de contas 401(k) para Bitcoin, sinalizam uma mudança sistêmica em direção ao tratamento do Bitcoin como uma classe de ativo legítima [1]. Em nível estadual, New Hampshire e Texas foram pioneiros em suas próprias SBRs, com o Texas alocando US$ 10 milhões para consolidar seu status como polo de inovação em cripto [3].

Fatores geopolíticos e macroeconômicos fortalecem ainda mais o caso do Bitcoin. Com a oferta global de dinheiro M2 ultrapassando US$ 90 trilhões e as pressões inflacionárias persistindo, o papel do Bitcoin como proteção contra a desvalorização monetária torna-se cada vez mais atraente [5]. A SBR dos EUA e as iniciativas estaduais não são meros jogos especulativos, mas respostas calculadas a um mundo onde as reservas tradicionais enfrentam erosão. À medida que métricas on-chain como MVRV-Z e aSOPR indicam compras institucionais sustentadas mesmo após uma correção de preço de 89% em agosto de 2025, a resiliência do mercado sugere que o piso do preço do Bitcoin está sendo sustentado pela crescente participação institucional [5].

As implicações são profundas. Mais de 30% do suprimento circulante de Bitcoin agora está nas mãos de entidades centralizadas, uma mudança estrutural que reflete a evolução do ouro de commodity para ativo financeiro [4]. À medida que governos e instituições continuam a integrar o Bitcoin em suas reservas estratégicas, seu valor será cada vez mais determinado por sua utilidade como reserva de valor e ferramenta de diversificação em uma era de experimentação monetária.

Fonte:
[1] Bitcoin's Q3 2025 Surge: Navigating Fed Policy and Institutional Capital Shifts
[2] The Rise of Public Bitcoin Miners and Institutional Adoption
[3] Strategic Bitcoin Reserves: US Federal & State Initiatives
[4] Text of S. 954: BITCOIN Act of 2025 (Introduced version)
[5] 25Q3 Bitcoin Valuation Report by Tiger Research