Queima de dinheiro sem precedentes! Wall Street calcula: antes de atingir lucratividade, OpenAI acumulará um prejuízo de 140 bilhões de dólares

O Deutsche Bank cita dados que preveem que a OpenAI pode acumular prejuízos superiores a 140 bilhões de dólares antes de atingir a lucratividade, com gastos em poder computacional muito acima das expectativas de receita.

Escrito por: Long Yue

Fonte: Wallstreetcn

Como líder da onda de inteligência artificial, a OpenAI está enfrentando uma dura realidade: antes de alcançar a lucratividade, pode ter que suportar um prejuízo impressionante superior a 140 bilhões de dólares.

As últimas novidades aumentaram o sentimento de cautela no mercado. Recentemente, o Deutsche Bank citou uma previsão divulgada pela OpenAI a investidores, indicando que até 2029, o fluxo de caixa livre acumulado negativo pode chegar a 143 bilhões de dólares. Esse número decorre da demanda quase infinita por recursos computacionais, com os gastos relacionados previstos para superar em muito o crescimento da receita.

Ao mesmo tempo, aumentam as preocupações do mercado sobre o potencial de crescimento da empresa. Dados mostram que, desde maio deste ano, o crescimento de assinantes da OpenAI nos principais mercados europeus “praticamente estagnou”. Isso indica que a fase inicial de crescimento explosivo após o lançamento do ChatGPT pode ter terminado, e a aquisição de novos usuários enfrentará desafios maiores no futuro.

Previsão de prejuízo impressionante

O estrategista do Deutsche Bank, Jim Reid, afirma que as perspectivas financeiras da OpenAI são repletas de desafios. A previsão apresentada pela empresa aos investidores mostra que, entre 2024 e 2029, a receita deve atingir 345 bilhões de dólares, mas os gastos no mesmo período podem chegar a 488 bilhões de dólares, principalmente para cobrir custos de poder computacional.

Isso significa que, nesse período, o fluxo de caixa livre acumulado negativo da OpenAI pode chegar a 143 bilhões de dólares. Essa previsão ainda não inclui o recente compromisso de investimento em data centers, que pode chegar a 1,4 trilhão de dólares.

Anteriormente, o HSBC também previu que, até 2030, o consumo de caixa da OpenAI pode ultrapassar 210 bilhões de dólares. Esse enorme déficit financeiro ecoa a opinião do CEO da IBM, Arvind Krishna, que já previu que, com o cálculo atual de custo-benefício, investir trilhões de dólares em data centers nunca será um negócio lucrativo.

Escala de “queima de caixa” sem precedentes

Para ilustrar de forma mais clara a situação da OpenAI, Jim Reid comparou o prejuízo esperado da empresa com o prejuízo acumulado de outras startups antes de atingirem a lucratividade. O relatório aponta que a escala de “queima de caixa” prevista para a OpenAI, assim como o prejuízo esperado de sua concorrente Anthropic, superam em muito os registros históricos.

Os gráficos mostram que Amazon (1994-2002), Spotify (2006-2023), Tesla (2003-2019) e Uber (2009-2022) tiveram prejuízos acumulados antes de se tornarem lucrativas que ficam pequenos se comparados aos 143 bilhões de dólares previstos para a OpenAI (2024-2029) e ao prejuízo esperado da Anthropic (2024-2027).

O relatório destaca que é preciso diferenciar os prejuízos de startups em fase de desenvolvimento dos enormes prejuízos anuais de empresas maduras durante crises. Por exemplo, a AOL Time Warner relatou um prejuízo anual de 99 bilhões de dólares em 2002, e a AIG sofreu perdas de escala semelhante em 2008.

No entanto, esses casos envolvem empresas maduras que enfrentaram grandes dificuldades após anos de lucratividade. Em comparação, a OpenAI, como startup, apresenta uma escala de prejuízo acumulado sem precedentes.

Sinais de desaceleração no crescimento

Além dos custos impressionantes, o ritmo de crescimento da OpenAI também mostra sinais de desaceleração. No terceiro aniversário do lançamento do ChatGPT, outro analista do Deutsche Bank, Adrian Cox, publicou um relatório destacando os desafios enfrentados pela empresa, incluindo assinaturas, concorrência e altos custos.

O relatório cita dados de transações do dbDataInsights (dbDIG), mostrando que o crescimento de assinantes da OpenAI nos principais mercados europeus praticamente estagnou desde maio deste ano. Esses dados atualizados indicam que a desaceleração observada anteriormente não é um fenômeno isolado, mas pode se tornar uma tendência. Para uma empresa que depende do crescimento de usuários para sustentar sua alta avaliação e enormes despesas, esse é um sinal de alerta.

Embora a OpenAI possa continuar atraindo grandes volumes de capital e eventualmente desenvolver produtos revolucionários capazes de gerar lucros substanciais, até o momento, nenhuma startup operou sob uma expectativa de prejuízo tão grande. Como resume o relatório do Deutsche Bank, estamos firmemente em “território desconhecido” (uncharted territory). O mercado está atento para ver como essa gigante da IA encontrará um caminho para a lucratividade nesse “território desconhecido”.