Sentença de Do Kwon se aproxima enquanto juiz dos EUA avalia possível papel de custódia da Coreia do Sul

A pressão está aumentando antes da próxima sentença de Do Kwon nos EUA, enquanto um juiz federal analisa como suas condenações se relacionam com casos em aberto na Coreia do Sul e em Montenegro. O tribunal busca esclarecimentos antes de decidir por quanto tempo o cofundador da Terraform Labs permanecerá sob custódia nos EUA e se o tempo passado no exterior deve ser considerado na sentença final.

Tribunal Avalia Questões de Custódia Multinacional no Caso Kwon

Uma audiência marcada para quinta-feira segue a confissão de culpa de Kwon em duas acusações criminais relacionadas ao colapso da TerraUSD e Luna. O juiz Paul Engelmayer pediu mais informações de ambas as partes sobre as acusações que aguardam Kwon na Coreia do Sul e as possíveis penalidades que ele pode enfrentar após o cumprimento de qualquer pena nos EUA.

Kwon apareceu pela primeira vez em um tribunal dos EUA em 2 de janeiro de 2025 e declarou-se inocente. Posteriormente, ele admitiu fraude eletrônica e conspiração para fraudar em agosto. Segundo os promotores, suas ações alimentaram um colapso de 40 bilhões de dólares que abalou o mercado de ativos digitais e causou perdas generalizadas entre investidores de varejo e institucionais. 

Os promotores buscam uma pena de 12 anos de prisão e multas de 19 milhões de dólares sob o acordo de confissão. Sua equipe de defesa, no entanto, busca no máximo cinco anos como punição.

Uma questão chave para o juiz é como os Estados Unidos e a Coreia do Sul irão gerenciar a custódia. Ele também levantou questões sobre Montenegro, onde Kwon cumpriu quatro meses por uso de documentos de viagem falsificados durante uma disputa de extradição. O juiz perguntou se ambas as partes concordam que o tempo cumprido em Montenegro não deve ser contado para qualquer sentença nos EUA.

As preocupações decorrem da possibilidade de que Kwon possa ser transferido para as autoridades sul-coreanas no meio de uma sentença nos EUA. O juiz afirmou que tal transferência poderia enfraquecer o impacto da punição imposta em Nova York. 

Processo na Coreia do Sul Pode Resultar em Pena Muito Maior

A equipe jurídica de Kwon respondeu que, independentemente do resultado nos EUA — seja 12 anos ou tempo já cumprido — ele seria imediatamente colocado sob custódia sul-coreana para detenção pré-julgamento.

Uma parte importante da análise do tribunal envolve detalhes do caso ainda em aberto na Coreia do Sul:

• Kwon pode enfrentar até 40 anos de prisão segundo a lei sul-coreana.
• Promotores em Seul apresentaram acusações em 2022, mas não o detiveram desde o colapso da Terra.
• Tanto os EUA quanto a Coreia do Sul apresentaram pedidos de extradição a Montenegro.
• A Coreia do Sul continua investigando outros envolvidos ligados à Terraform.
• As autoridades consideram Kwon um ator central nas perdas dos investidores e na perturbação do mercado.

O juiz Engelmayer também observou que os promotores dos EUA acusam Kwon de causar perdas maiores do que aquelas ligadas a Sam Bankman-Fried, Alex Mashinsky e Karl Sebastian Greenwood juntos. Todos os três cumprem longas sentenças federais, o que reforça a posição do governo no caso de Kwon.

A ascensão e queda de Kwon continuam sendo uma das histórias mais dramáticas do universo cripto. No auge da Terra em 2022, ele era visto como uma figura importante no mundo blockchain. O colapso da TerraUSD, no entanto, abalou o mercado, levando várias empresas à falência e prolongando a volatilidade por meses.

A audiência de quinta-feira pode definir os próximos passos de Kwon. Autoridades sul-coreanas dizem que planejam detê-lo assim que for extraditado, embora o momento dependa de como a sentença nos EUA será estruturada. Sua prisão em Montenegro em 2023 encerrou meses de incerteza sobre seu paradeiro e preparou o cenário para um dos casos mais históricos da indústria cripto.