Tribunal de Hong Kong adia caso de fraude da JPEX de $206 milhões para março, diz relatório

Os promotores do caso de fraude da JPEX em Hong Kong receberam permissão para adiar o caso até o próximo ano para que possam organizar os arquivos do caso, durante uma audiência nesta segunda-feira no Tribunal de Magistrados do Leste da cidade, segundo relatos da mídia local.

A próxima audiência ocorrerá em 16 de março para o grupo de influenciadores de redes sociais acusados de promover a JPEX e atuar como o rosto público de suas lojas de negociação de criptomoedas over-the-counter.

Eles enfrentam acusações que incluem conspiração para fraudar, fraude, indução fraudulenta ou imprudente de outros a investir em ativos virtuais e lidar com bens conhecidos ou presumidos como provenientes de um crime passível de acusação.

Sete dos oito réus presentes no tribunal receberam liberdade sob fiança nas condições originais. Entre os acusados estão o advogado que virou influenciador Joseph Lam, a YouTuber Chan Wing-yee, o ex-ator da TVB Cheng Chun-hei e o instrutor de fitness Chiu King-yin. Cheng, que não solicitou fiança, permanecerá sob custódia.

A JPEX entrou em colapso em setembro de 2023 após a Securities and Futures Commission (SFC) de Hong Kong alertar que a plataforma não era licenciada e havia feito declarações enganosas. Posteriormente, usuários relataram saques congelados. As autoridades afirmam que mais de 2.700 vítimas perderam um total combinado de mais de US$ 206 milhões (HK$ 1,6 bilhões).

Em 5 de novembro deste ano, a polícia prendeu e acusou 16 pessoas, incluindo seis supostos membros centrais do grupo JPEX, sete indivíduos ligados a exchanges de criptomoedas over-the-counter e três titulares de contas de fachada. Mais de 80 pessoas já foram presas durante a investigação.

Os detidos enfrentam acusações que vão desde conspiração para fraudar e lavagem de dinheiro até obstrução da justiça e indução ilegal de outros a investir em ativos virtuais, de acordo com as leis anti-lavagem de dinheiro de Hong Kong.

JPEX e cripto em Hong Kong

O colapso da JPEX teve repercussões mais amplas para o setor de criptomoedas de Hong Kong, levando a mudanças na forma como a SFC comunica informações sobre licenciamento e educa o público sobre os riscos de ativos virtuais. O escândalo também enfraqueceu o sentimento público em relação às criptomoedas em um momento em que o governo tentava promover a cidade como um polo para Web3 e ativos digitais.

Além de Hong Kong, a JPEX também promoveu seus serviços e teve vítimas nas Filipinas e em Taiwan.

Três homens considerados os responsáveis pela operação continuam foragidos e são alvo de alertas vermelhos da Interpol. Eles são os cidadãos de Hong Kong Mok Tsun-ting, 27 anos; Cheung Chon-cheng, 30 anos; e Kwok Ho-lun, 28 anos.

Kwok, o único diretor de uma empresa ligada à JPEX na Austrália, está sendo procurado para interrogatório desde 2023. As autoridades não confirmaram relatos de que ele ainda possa estar na Austrália.